EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA - Inauguração 24 de janeiro de 2012
"RESISTENTES" Histórias Fotografadas do Comércio Tradicional Esta exposição corresponde a um pequeno acervo fotográfico integrado num projecto iniciado em 2008 e, não se esgotando com ela, tem a intenção de dar um contributo para o património fotográfico da cidade de Lisboa, com incidência em referentes sociais que infelizmente estão a desaparecer. No decorrer deste trabalho, ao gosto da pesquisa e da prática fotográfica junta-se o do contacto com esta realidade humana, o que por si só seria motivador bastante. As pessoas que fui conhecendo, tornaram-se pela sua “resistência” uma linha condutora na minha intenção de os retratar, ou aos seus locais de trabalho, como testemunhos de um sector económico e de uma faixa sócio-profissional que tem vindo a ter dificuldade em sobreviver. Nesses locais continuam a assegurar um relacionamento humano que resiste à massificação e ao anonimato da circulação nas grandes cidades.
e Gala de Aniversário da Galeria Paula Cabral/Café dos Artistas
Queridos amigos,
Uma palavra de gratidão por terem abraçado este novo conceito de estar no mercado da arte unindo-se a este projecto que nasceu em tempos de cólera.
A 23 de Novembro de 2010, com os trabalhos de Helena Lousinha e Rodrigo Costa inaugurámos cheios de determinação. Felizes por ter assegurado este espaço da cidade, tentando chegar a outros públicos, com uma grande variedade de estilos, não com o intuito de massificar a Arte nivelando-a por baixo, mas, de alargar as possibilidades de compra, àqueles que encontram neste mercado uma barreira económica e classicista, com um certo patine de inacessibilidade.
Este conceito, em si, é aparentemente redutor, porque, havendo a comparticipação pecuniária do artista, desde logo é suscitado aos seus pares a ideia de que um bom artista não precisa pagar para expor. É evidente que esta leitura simplista abarca sempre estratosferas de classificações pouco isentas, feitas pelos próprios Artistas plásticos, pelos críticos de Arte, pelos marchants, pelas Galerias e Leiloeiras. Bastaria perguntar aos pintores portugueses com maior cotação de mercado se pagariam para expor no MOMA, ou mesmo no nosso espaço geográfico, se pagariam para expor no Reina Sofia, no MAC da Fundação Calouste Gulbenkian, ou no CCB, em condições por eles escolhidas; com uma divulgação mediática em todos os meios; com catálogo de vida e obra impresso em papel de superior qualidade, capa dura e, fotografados, preferencialmente por um fotógrafo da berra; juntando a isso uma conferência de imprensa com a presença das nossas elites intelectuais que falassem superiormente da sua obra, para logo este pequeno estigma se dissipar como nuvem em céu de Verão.
Passou um ano com dificuldades pelo meio.
Exibimos um caleidoscópio de trabalhos. Pedi a todos que pintassem para cada exposição como se fosse a última da sua vida. Uns cumpriram, outros não. O público sabe…o público nota essas imperfeições, essas ânsias de querer expor sem substrato. Compete a cada um fazer a sua auto-análise. A Galeria sofre. Não importa, porque surgirão sempre Galerias a abrir e a fechar, mas é o artista quem mais perde, o seu nome não vinga, não prestigia a sua obra nem os lugares por onde passa. Este conceito não é preconceituoso nem elitista. Não pode. Mas, com o tempo, separará o trigo do joio e fará uma natural depuração.
No ano passado elegemos o Banco Alimentar Contra a Fome como o Anjo do ano 2010. Isabel Jonet recebeu a obra de Cristina Troufa. Este ano escolhemos o Instituto Português de Oncologia. Foi uma excelente escolha. Para que fique na história desta Galeria, este ano, quatro artistas quiseram premiar o IPO Francisco Gentil - EPE com uma obra para esta Instituição. Seus nomes: Carmen Lara, Luís Camilo Alves, Helena Lousinha e Rui Paiva. Na inauguração da colectiva foi sorteada uma das obras e calhou em sorte à pintora Carmen Lara entregar o seu quadro aos representantes da Instituição presentes no evento, o Director Clínico, Dr. Nuno Miranda e sua mulher, Dra. Gabriela Caldas. O discurso comovido dos nossos “anjos 2011” encheram-nos de esperança e paz, reconfortando-nos com a feliz escolha.
No final da noite, no Jantar de Gala, cujo preço por pessoa nos negou a possibilidade de ter “casa cheia”, a anfitriã, brindou os artistas e amigos com uma actuação no Dream Project, pequena Orquestra composta pelos jovens músicos: André Mota, na bateria e condução de ensaios e direcção da orquestra; Ricardo Toscano, Saxofone; Sérgio Julião, Baixo e Joana Gouveia, vocals.
Os Campeões Nacionais de 2010 de vários estilos de Dança de Salão, na Categoria Júniors, Ivo Simões (14 anos) e Anália Colaço (13 anos) foram o momento alto desta festa pela beleza, juventude e profissionalismo como dançaram Chá, Chá Chá e Samba. Agradecemos ao Alunos de Apolo a generosidade de se juntarem a esta comemoração.
Para terminar em beleza, como tinha sido prometido, a obra de Rui Paiva submeteu-se ao último sorteio da noite, anunciado previamente na divulgação do evento. O Director Clínico do IPO, Dr. Nuno Miranda subiu ao palco e retirou um dos pequenos papéis numerados. A sorte desta vez coube ao número 4, da Dra. Leonor Rocha Vieira, ex-primeira Dama de Macau que esteve presente na Gala com o seu marido General Rocha Vieira.
Somewhere over the rainbow foi o tema de abertura desta Gala, dedicado por mim a todos os meus queridos amigos que aderiram a este projecto que alguém, sábio, chamou “Arte pela Arte”.
Desejo a todos o melhor ano possível para este 2012 de nuvens pesadas que se aproxima. Vamos tentar cortar no supérfluo (se é que ainda há) e tentar superar estes tempos de cólera, com trabalho, criatividade e mais trabalho.
Obrigada mais uma vez Rosinha Azevedo, Rita Neves, João de Azevedo, Jiřina Nebesářová e Eduardo, Maria João Franco, Carmen Lara, Fátima Neves, Pedro Soares, Helena Monteiro, Rui Viana, Lurdes e João Regueira.
