"fuga" Helena Lousinha
____________________________O MEU LADO DA HISTÓRIA
… Daqui, de onde divago sem mistério, saio sempre no desejo de regresso, porque o momento é momento de monólogo, tornado, o diálogo, uma coisa esquisita, espécie de ferramenta de superações perversas, de disputas vazias, esquecida a procura da realização pura, sem que haja outra... chegada a confirmação de suspeitas que sempre tive, ideias que apareceram e se desenvolveram e que, quase à revelia, me foram dando conta do futuro:
–Sem paixão, meu querido, é a ruptura!
–O que sempre me têm dito; aquilo que, informado por elas, eu sabia, mesmo sem ter a certeza de se era assim: mentindo, a Humanidade vai sendo conduzida, de logro em logro, de verdade em verdade, até que, possivelmente, se extinga.
Digo que chamam crise aos reflexos de uma Espécie enredada nos excessos de avidez, de conquistas e perpetuação de privilégios estúpidos e espúrios; do desenvolvimento que lhe permite, agora, entender quanto se aproxima do retrocesso, porque a matéria se tornou um veículo de espíritos ensandecidos, equivocados, com os mapas trocados na procura da transcendência, porque a tecnologia tem sido desenvolvida na proporção semelhante àquela a que tem regredido o Pensamento, deixando-nos essa visão, esplêndida, do design sem eficácia, por inconsequente… A Pintura, como a paixão, sobrevive…
Chegou, também neste âmbito e enfim –pelo menos, parece–, o tempo de esclarecer dúvidas. A Arte, favorecendo indústrias, não é uma indústria, é um espaço de raciocínio e de aprendizagem; de expressão de sentires, onde cada autor, actor ou intérprete, se obriga a compreender-se e a compreender os domínios, estabelecendo a diferença entre o acto inteligente e a incontinência, qualquer que seja o discurso, o qual há-de ser, estou certo, a porção visível e tangível de uma filosofia –faz sentido que lhe chamem conceito...
Poderia celebrar o tempo, denunciando as peripécias do desgoverno; os actos e as construções de gente miserável que invade, que usurpa e que cria ambientes irrespiráveis, prometendo e procurando, entretanto e em conluio, o reforço da democracia –coisa que não existe em lado algum. Prefiro celebrar o Tempo, espaços e verdades que não me mintam…
Permaneço onde sempre estive, deste lado da história. Continuam a enlevar-me alguns trechos de lugares e de gente, composições, ao todo; o jogo sensual da luz e da sombras, mesmo que do meu prazer pareça sobressair qualquer drama, porque haja luzes, estridentes ou roucas, com todo o ar de aflitas. São horas, admito, que aludem ao efémero, às demoras curtas; havendo, no entanto, a lembrança de alvoradas que ainda existam, por serem alvoradas que procuro, mesmo se com ar de crepúsculo –há, nos crepúsculos, a maturação das madrugadas… e de outros crepúsculos…
Rodrigo Costa
Esta exposição estará patente até 21 de Dezembro
_______________________________CV___ Helena Lousinha
de nacionalidade portuguesa, nasceu em 1952 em Casablanca (Marrocos), vive e trabalha no Alentejo – Portugal desde 1986.
1977 / 1978 - Curso de formação artística, na S.N.B.A. - Lisboa.
1980 / 1986 - Formação em pintura no AR.CO (Centro de Arte e Comunicação) Lisboa.
Cursos intensivos de: Historia da Arte
A Essência – Entidade de Cor
Técnica de Fresco
Exposições colectivas – selecção:
1983: I Bienal Arte jovem Chaves. 1984: IV. Bienal Vila Nova de Cerveira; Sociedade Nacional Belas Artes, Lisboa “10 Anos depois do 25 Abril”. 1985: “Jovens pintores” S. Lourenço – Almancil; II Bienal Arte jovem Chaves; “Pequeno formato” Estoril. 1986:III Exposição de Artes Plásticas – Fundação Calouste Gulbenkian. 1987: II Exposição de Arte Ibérica – Campo Maior e Cáceres; “Jogos” Galeria Arcada – Estoril;” Pequeno Formato” Estoril. 1988: “Arte jovem portuguesa” Mindelo – Cabo Verde; “5 Mulheres do Alentejo” S. Lourenço – Almancil. 1989: “Arte contemporânea” Col. Volker e Marie Huber – Loulé. 1990:” Suporte papel II – Figurativo” Galeria Arcada – Estoril; Exposição prémio João Hogan – Lisboa; Bienal Lagos – Lisboa / Lagos; Galeria de S. Bento – Lisboa. 1992: Dia da Mulher – Galeria Municipal de Almada; Convento de S. Francisco – Mértola;” Port. Arte” Feira de Arte – Portimão; Galeria Veredas – Sintra. 1993: Galeria de Arte do Conde Redondo – Lisboa. 1995: “Não às Naturezas Mortas” Amnistia Internacional – Mitra – Lisboa. 1997: Convento do Espírito Santo – Loulé; Marca – Madeira. 1998: Arte de Portugal na Alemanha – Meebusch – Dusseldorf. 1999: Galeria Municipal – Fitares – Sintra;”Arte contemporânea Anos 90” Galeria Novo Século – Lisboa; Feira Arte Contemporânea Lisboa – stand Galeria Novo Século. 2000:” ARCO” Madrid – stand Galeria Novo Século; Werkraum Godula Buchholz – Denklingen – Alemanha. 2001: “Iniciar” Galeria EDIA – Beja;” 9 Artistas” Mouraria Galeria de Arte – Funchal; VII Bienal Artes Plasticas – Montijo; Modulo 2´5 x 2´5 – Beja. 2004: “Homenagem a Wenceslau de Morais”- Gymnásio- Lisboa.
Exposições individuais
1987 - “Paixão pinturas” – Clube 50-Lisboa
- Galeria Arcada – Estoril
1989- Galeria Triângulo 48 – Lisboa
1991 - Galeria Triângulo 48 - Lisboa
1992 - Galeria Municipal de Castro Verde
- Galeria Veredas – Sintra
1995 - “O lugar secreto, Minas de S. Domingos” – Galeria Escudeiros Beja
1996 - Galeria Municipal Gymnásio – Lisboa
1999 - “Emergências”- Galeria Novo Século - Lisboa
2000 - Forum Municipal - Castro Verde
-“Je dors mais mon coeur veille” – Galeria Novo Seculo-Lisboa
2005 -“Presenças” – Forum Municipal Castro Verde
2006-2008 -“Olhares sobre um lugar - Mina São Domingos” - Montemor-o-Novo,
Alvito, Castro Verde, Almodôvar, Serpa, Sines, Beja, Estremoz, São
Domingos, Sacavém.
Presente nas colecções Volker e Marie Huber – Almancil, Câmara Municipal de: Lisboa, Beja, Almada, Castro verde, Almodôvar e diversas colecções particulares.
Antologiada em “Arte no Feminino” de Afonso Almeida Brandão, Produções Anifa Tajú 2007 e “80 Artistas em Portugal” de Margarida Botelho, Edições Heptágono 1991
___________________________CV____Rodrigo Vieira da Costa
nasceu em 1952, em V. N. de Gaia, e possui o Curso Geral de Artes Visuais, da Escola de Artes Decorativas de Soares dos Reis.
Durante 20 anos, desenvolveu a sua actividade profissional como designer e ilustrador gráfico. Dedica-se, desde 1990 e em exclusivo, à actividade artística, com obras, de que é autor, presentes em colecções particulares, no país, em França, na Irlanda e em Inglaterra; e em instituições públicas e privadas, tais como a Câmara Municipal de Gaia, casa-Museu João Mário; Millennium bcp e Banco Português de Investimento.
Exposições:
1990 - Teatro Rivoli, Porto; 1991- Casa Tait, Porto; 1992- TLP, Porto; 1993- SNBA, Lisboa; 1994- Galeria Escada 4, Cascais; 1995- Galeria DaVinci, Porto; 1997- Espaço de arte Eugénio Torres, Porto; 1998- SNBA, Lisboa; Casa-museu Teixeira Lopes, V N de Gaia; 2000- Galeria ART K, Paris; 2001- Galeria da Casa do Pessoal da RTP, Lisboa; 2004- Euroarte, Lisboa; 2005- Galeria DITEC, Lisboa; 2007 - Irish Art Fair, Dublin; Art London, Londres, integrado na Mauger Moder Art; AVIZ, galeria de arte, Porto; 2008-Mauger Modern Art, Bath UK.
Participou em inúmeras exposições de carácter colectivo.
Colabora com as galerias Euroarte, em Lisboa; Homo Habilis, e Solar de Santo António, no Porto.
Design:
2001 - Jarra, em biscuit, produzida pela Vista Alegre, para celebração da Cidade do Porto como Capital Europeia da Cultura, em 2001; 2004 - Jarra, em cristal, com dragão, produzida pela Atlantis; 2008 - Design do álbum Dowload Junk, da banda canadiana, sediada em Londres, Moneyshot. A capa reproduz o seu quadro “Como Marcas Deixadas Por Um Deus De Tão Longe…”.
Livros:
1990 - Apontamentos sobre o Porto / desenhos a pastel, reproduzindo 30 desenhos, com textos de Anabel Paúl, Sérgio Mourão e do Escultor Silva Nogueira —edição patrocinada e adquirida pelo Banco Pinto & Sotto Mayor; 1992 - Rodrigo Costa, por opção / pintura, reproduzindo 40 trabalhos: óleo sobre tela, acrílico sobre tela, pastel e aguarela / pastel, com textos de Arnaldo Silva, Prof. Daniel Serrão, Fernando Jasmim, Manuel António Pina e do autor; 1996 - Trinta Poemas / poesia. Compilação de 30 poemas, com prefácio de António Almeida Matos e editado pela Estar editora ; 2000 - Sem título / pintura, reproduzindo 46 trabalhos: óleo sobre tela, acrílico sobre tela, pastel e aguarela / pastel, com textos de Arnaldo Silva, prof. Mário Rocha, Martins Vouzela e do autor ; 2003 - Arte: que investimento?..., ensaio, 1ª edição, com prefácio de Tiago Krusse e publicado por Terramágica editora ; 2007 - Amor: tragédia e redenção / sátira poética, com prefácio de Arnaldo Silva e publicado pela Papiro editora; 2009 - Arte: que investimento?..., ensaio, 2ª edição, reformulada, com prefácios de Helena Branco e de Tiago Krusse; 2010 - em preparação, A paisagem como lugar de tudo – The Landscape as the place of everything / pintura e poesia, bilingue, com poemas de Eileen Mayer, poetisa Irlandesa.
Colaborou com artigos de opinião na revista Espaço & Design.
Membro associado da Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Paula Cabral - Art Gallery / Café dos Artistas
Rua do Século, 169 - 171
Lisboa
contactos:
paula.cabral.artgallery@gmail.com
Tel./Fax: +351 21 3426014
Móvel : +351 91 236 6519
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