NOVA ÁGUIA, Nº 6:
“A REPÚBLICA, 100 ANOS DEPOIS”
Como é sabido, a revista A Águia foi uma das mais importantes do início do século XX em Portugal, em que colaboraram algumas das mais relevantes figuras da nossa Cultura, como Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Leonardo Coimbra, António Carneiro, António Sérgio, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva. A ideia de relançar a revista, agora sob o nome de NOVA ÁGUIA, pretende ser uma homenagem a essa tão importante revista da nossa História, procurando recriar o seu "espírito", adaptado aos nossos tempos. Não se trata, nessa medida, de fazer uma revista voltada para o passado, meramente revivalista. Trata-se, antes, de fazer uma revista para os tempos de hoje, para o século XXI.
Tal como n' A Águia, procuraremos o contributo das mais relevantes figuras da nossa Cultura, que serão chamadas a reflectir sobre determinados temas. O tema do sexto número, que agora lançamos, é “A REPÚBLICA, 100 ANOS DEPOIS”.
Para além de evocarmos o Centenário da República, quisemos, neste número, assinalar quatro efemérides: o bicentenário do nascimento de Alexandre Herculano; o centenário do nascimento de Miguel Reale; o cinquentenário do falecimento de Jaime Cortesão; o ano da morte de António Telmo, colaborador da NOVA ÁGUIA desde o primeiro número, que nos deixou no dia 21 de Agosto. Uma vez mais, a NOVA ÁGUIA celebra, de forma assumida e descomplexada, as figuras maiores da nossa Cultura.
“A REPÚBLICA, 100 ANOS DEPOIS”
Como é sabido, a revista A Águia foi uma das mais importantes do início do século XX em Portugal, em que colaboraram algumas das mais relevantes figuras da nossa Cultura, como Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Leonardo Coimbra, António Carneiro, António Sérgio, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva. A ideia de relançar a revista, agora sob o nome de NOVA ÁGUIA, pretende ser uma homenagem a essa tão importante revista da nossa História, procurando recriar o seu "espírito", adaptado aos nossos tempos. Não se trata, nessa medida, de fazer uma revista voltada para o passado, meramente revivalista. Trata-se, antes, de fazer uma revista para os tempos de hoje, para o século XXI.
Tal como n' A Águia, procuraremos o contributo das mais relevantes figuras da nossa Cultura, que serão chamadas a reflectir sobre determinados temas. O tema do sexto número, que agora lançamos, é “A REPÚBLICA, 100 ANOS DEPOIS”.
Para além de evocarmos o Centenário da República, quisemos, neste número, assinalar quatro efemérides: o bicentenário do nascimento de Alexandre Herculano; o centenário do nascimento de Miguel Reale; o cinquentenário do falecimento de Jaime Cortesão; o ano da morte de António Telmo, colaborador da NOVA ÁGUIA desde o primeiro número, que nos deixou no dia 21 de Agosto. Uma vez mais, a NOVA ÁGUIA celebra, de forma assumida e descomplexada, as figuras maiores da nossa Cultura.
9.
(um tempo de Díli)
repouso a minha existência
na ponte-cais do meu vislumbre
procuro não ser um prisioneiro do tempo
nem um ignorante de si
nele existo não sou
oh Díli da minha escorreita consciência
humedeço-me de pena ouvindo histórias
de cortadores de cabeças
de armas ignóbeis que violam a carne
de vinganças com sentidos em espiral
fugindo ao tempo
fixo a minha energia visual
na formiga que
ausente da guerra do homem
transporta o seu presigo pela mesa que sustenta o meu moleskine
a mesa que sonha crescer na companhia do próximo ocupante
e um dia tornar-se palco
um solo pisado por homens nus de verdade
entretanto
numa dobra do tempo
registo no bloco do meu olhar uma mulher
uma mulher com vestígios da masca
passeando embriagada
na terra que não cessa de ofender o afago do sol
(um tempo de Díli)
repouso a minha existência
na ponte-cais do meu vislumbre
procuro não ser um prisioneiro do tempo
nem um ignorante de si
nele existo não sou
oh Díli da minha escorreita consciência
humedeço-me de pena ouvindo histórias
de cortadores de cabeças
de armas ignóbeis que violam a carne
de vinganças com sentidos em espiral
fugindo ao tempo
fixo a minha energia visual
na formiga que
ausente da guerra do homem
transporta o seu presigo pela mesa que sustenta o meu moleskine
a mesa que sonha crescer na companhia do próximo ocupante
e um dia tornar-se palco
um solo pisado por homens nus de verdade
entretanto
numa dobra do tempo
registo no bloco do meu olhar uma mulher
uma mulher com vestígios da masca
passeando embriagada
na terra que não cessa de ofender o afago do sol
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Nota Biográfica
Renato Epifânio
Professor de Semiótica no IADE; Membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e da Direcção da Associação Agostinho da Silva; investigador na área da “Filosofia em Portugal”, com dezenas de estudos publicados, desenvolve actualmente um projecto de pós-doutoramento sobre o pensamento de Agostinho da Silva, com o apoio da FCT: Fundação para a Ciência e a Tecnologia; Licenciatura e Mestrado em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; doutorou-se, na mesma Faculdade, no dia 14 de Dezembro de 2004, com a dissertação Fundamentos e Firmamentos do pensamento português contemporâneo: uma perspectiva a partir da visão de José Marinho (no prelo); autor das obras Visões de Agostinho da Silva (2006), Perspectivas sobre Agostinho da Silva (2008), Via aberta: de Marinho a Pessoa, da Finisterra ao Oriente (2009), A Via Lusófona: um novo horizonte para Portugal (2010) e Repertório da Bibliografia Filosófica Portuguesa (2007), já em parte publicado na Philosophica, Revista do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Integra a Direcção da NOVA ÁGUIA: Revista de Cultura para o Século XXI e é o Director da Colecção de livros com o mesmo nome (Zéfiro). É o Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono.
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Nota Biográfica
António José Borges nasceu no Peso da Régua.
Vive em Lisboa. É licenciado em Ensino de Português e Alemão, estudou por um breve período na Ruhr Universität Bochum, na Alemanha, é mestre em Ensino da Língua e Literatura Portuguesas e prepara o doutoramento em Estudos Portugueses.
Foi Professor na Universidade Nacional Timor Lorosa´e e na Escola Alemã de Lisboa. Fez traduções de Inglês-Português e Alemão-Português para várias editoras e organizações e é ocasionalmente revisor e consultor editorial da Porto Editora.
É associado da Associação Portuguesa de Escritores e da Sociedade da Língua Portuguesa, membro da direcção do Movimento Internacional Lusófono, presidente da Assembleia-Geral da Associação de Apoio à Diocese de Baucau (Timor-Leste) e faz parte da Tertúlia de João de Araújo Correia.
Integra o Conselho de Direcção da revista Nova Águia, onde colabora com publicações, e é cronista permanente nas revistas Tribuna Douro e Contrabando (edição multilingue). Participou nas revistas Navegações; Espacio / Espaço Escrito – Revista de literatura en dos lenguas; O Escritor; Mealibra; Humanitas; Revista de Letras; Douro – Estudos e Documentos; Geia (Tertúlia de João de Araújo Correia); Terra Feita Voz (Círculo Cultural Miguel Torga), DiVersos e organiza dossiers, igualmente colaborando com artigos, para a revista Letras Com Vida.
Como contista, publicou no jornal timorense Semanário e na antologia Olhares Convergentes.
Colaborou na antologia de textos durienses Palavras que o Douro tece e no In Memoriam de João de Araújo Correia (Grémio Literário Vila-Realense).
É autor dos livros Timor – As Rugas da Beleza (crónicas, 2006), de olhos lavados / ho matan moos (poesia – edição bilingue e ilustrada, 2009) e José Saramago: Da Cegueira à Lucidez (ensaio, 2010).
_ver mais _
http://paulacabral-artgallery.blogspot.com/p/reportagem-do-lancamento-da-revista.html_____________________________
Paula Cabral - Art Gallery / Café dos Artistas
Rua do Século, 171
1200 - 434 Lisboa
Tel./Fax: 21 3426014Móvel: 91 236 6519
www.paulacabral-artgallery.com (em construção)
(Junto à Praça de Taxis do Jardim do Príncipe Real)
HORÁRIO: Terça a Sábado das 12h00 às 20h00
magnífica, a sessão, parabéns à anfitriã!
ResponderEliminarjá conhecia o projecto MIL e a revista Nova Águia mas foi excelente a apresentação de Renato Epifânio!!
a poesia de A.J.Borges revela sensibilidade e futuro, também pela atenção ao futuro, um futuro melhor para a geração das suas jovens alunas que participaram no lançamento do novo livro e para todas as gerações do povo de Timor Leste!!!
;_)))