1. Estive em Timor-Leste dois anos, desde Fevereiro 2005. Estas pinturas são feitas com tintas acrílicas, sobre papel Fabriano de algodão 600- 850 gr. A maior parte tem medidas aprox. 59 X 76 cm; os outros, em geral, metade.
2.
Este é o meu cartão de visita mais antigo, de 1975. Nasci em 1950 e tinha então 25 anos, quando deixei de pintar. Deixei de o fazer quando fui de Itália para Portugal, onde passei a fazer outras coisas. Isso passava-se numa altura em que era fácil acreditar na revolução; esta capa de disco é a prova disso, feita a convite do Zeca.
3. Porém, em Itália fui pintor activo, entre 72 e 75; fiz duas exposições individuais e participei em várias colectivas (em Itália e fora dela). Parei de pintar porque me parecia desajustado, pessoalmente, fazer coisas para as pessoas com dinheiro comprarem. Tive uma espécie de vergonha, hesitação maior, pouca autoconfiança. Queria mudar de vida, mas não sabia bem para qual vida mudar. Ia com as coisas, mas sempre acompanhado pelos pincéis, que ficavam numa caixa fechada.
4. Desde então, tenho andado a fazer outras coisas; principalmente tenho andado a participar, desde 1977, em actividades do (mau) desenvolvimento. Entre elas: 9 anos nas nações unidas, agora consultor independente, em África e Ásia, desde 2001.
5. Com o mais recente regresso às pinturas, trata-se de fazer trabalho manual, em primeiro lugar. E fazer trabalhar as duas partes do cérebro, como alguns dizem. Passar por cima do determinismo que nos empurra para manifestarmos apenas uma pequena parte dos nossos talentos, usar apenas uma parte do nosso corpo, a escolher ou a cabeça ou as mãos, ou outra parte qualquer. Afinal já penso que pintar dá muito gozo; que o trabalho manual já vale outra vez, que é mesmo necessário. Penso que para o futuro é preciso fazer um trabalho mais integrado, mais holístico. O pouco que sabemos sobre nós próprios aponta para essa necessidade: reintegrar as nossas forças, os nossos lados emocionais, os nossos lados espirituais, o nosso interesse pelo ambiente. É hoje difícil para mim imaginar que alguém se possa desenvolver sem nada acrescentar à qualidade da vida dos outros. Este é o tipo de coisa para a qual é difícil imaginar como falar delas (cito, indirectamente, Boyatzis).
6. Timor e as minhas citações dos crocodilos. Mais ainda, cito, e paro aqui de citar, mas indirectamente, José Gil, citando Levy Strauss, porque de facto as sociedades primitivas não tinham os homens no centro do universo. A natureza e os outros seres vivos foram desvalorizados, “arrancando-lhes o homem para o colocar num lugar de eleição”. Esse desprezo do ambiente virá daí. Visto de Timor, e desta parte do mundo, isto ganhou-me para o lado dos crocodilos. Estes animais são aqui da máxima ambiguidade significante e de alta densidade histórica. As legendas (isto é, a história como é dita e acreditada pelas pessoas normais) são povoadas pelos crocodilos. Apesar de tentativas de normalização, eles continuam presentes no imaginário como parceiros dos sonhos e da vida real. Tomam várias cores, nessas narrativas, segundo as zonas, as ocasiões, as intenções, as testemunhas. As mulheres de certos povos mauberes não são mulheres senão à vista, porque mal voltas as costas, são crocodilos. Um rei de um outro povo deu a filha mais velha ao crocodilo, para ganhar a guerra. Outro rei, de outro povo ainda, fez um acordo com os crocodilos para deixar passar os seus soldados, afim de surpreender o inimigo invasor pela retaguarda. Os crocodilos não te atacam se estás tranquilo, se tens a “consciência em paz”. Antes de os indonésios desembarcarem, em 1975, tal coisa foi largamente anunciada por muitos crocodilos que apareceram na baía de Dili. Uma conhecida lenda conta que a ilha de Timor tem a forma de um crocodilo, depois de velho e morto e de ter sido companheiro de um rapaz, que lhe foi muito amigo (citação da pintura nº17). Há sempre uma narrativa segunda a qual “na semana passada” os crocodilos vieram e levaram 4, 5 ou 6 pessoas. Esses animais são a parte escondida e mágica do espírito. Têm do bom e têm do mau. Eu cito essas histórias, não para as ilustrar, mas porque procuro essa percepção, essa humanidade nesses animais.
7. Acrescento que o crocodilo aqui, como entre os aborígenes australianos (os últimos aristocratas, segundo Levy Strauss), e que eu visitei há alguns meses, é um animal sagrado (lulik), sendo considerado pelos timorenses como antepassado. Daí o nome de avô, bei-nai. É o senhor das águas, o we-nai. Segundo o mito de origem, é considerado o responsável pelo povoamento de Timor.
8. Esses animais existem e comem, de facto, pessoas, quando podem. Toda a região está infestada. Na costa norte da Austrália é absolutamente proibido tomar banho nas praias, de Novembro a Abril. Eles pululam na baía de Darwin, por exemplo. São os saltwater crocodiles (Crocodylus porosus), que atingem facilmente 4 metros (às vezes mais) de comprimento, são ultrarápidos no ataque e vivem entre a água doce e a salgada. Existem desde há talvez 200 milhões de anos, são dos mais velhos sobreviventes, são hoje espécies protegidas.
9. No meu caso e com eles, voltando aos pincéis depois de tantos anos, jogo com as cores, para espantar e seduzir os parceiros. Crocodilos homens e mulheres, e vice-versa, homens e mulheres crocodilos. Acasalamentos, pesadelos, combates; não ilustro nada, são citações de ocasiões que poderiam ter acontecido. Vou tendo algum feed back. Assim, uns velhos exclamam: “Até parece que o senhor joão estava lá!”.
10. O meu endereço, em Portugal, é: joao.de.azevedo@mail.telepac.pt
A globalização trouxe outros mundos ao mundo, desde sempre. Aumentando-o, gizando-o em novas direcções, abrindo novos planos, também e sobretudo imaginários, que antes lá não havia. E de cada vez a seu modo assim se fez e faz e tornará a fazer até que o tempo coincida absolutamente com o espaço.
Agora, que a globalização já não se faz com naus nem caravelas, mas com computadores e bolsas on-line capazes de alimentar a cobiça (madre-eterna) daqueles mais ansiosos do vão poder do mundo, e com as notícias em directo da TV, a outra peregrinação global, a do espírito, essa faz-se também ela de outro modo: onde antes, meio milênio atrás, o Fernão Mendes Pinto de gloriosa memória elocubrava as aventuras de uma descoberta maravilhada desse cruzamento incerto entre mito e história, hoje outros entendem, desentendem, sobre-entendem, numa epifania breve, as janelas que se abrem de repente sobre os planos mais incertos e caóticos do tempo, e o desdobram, mostrando-o em outras dobras, em outras convulsões, em outras configurações.
Assim João de Azevedo.
Longamente hipotecado a uma paixão aventureira que o levou aos trópicos, de Moçambique ao Niger e a Timor passando por tantos outros lugares, João trouxe, porque levava para tanto a intuição, notícia de outros mundos haver, para além da racionalidade estreita deste nosso em perpétuas crises, outros lugares onde o trágico coabita com o vulgar e o ordinário, paredes meias com o sonho, fazendo e desfazendo entre este e a chamada realidade. Uma realidade menos óbvia do que a nossa, já se vê. Onde os animais ainda e sempre falam.
E se nessas aventuras chegou a colaborar de perto, apaixonadamente, com o renascimento de nações, ou captar o essencial desse registo gráfico, quase diagramático, de uma visão outra do mundo, que depois igualmente sabe traduzir em longas e sábias conversas noite fora, em que descreve os mitos como se os houvera assistido desde o seu nascimento, é nos seus quadro de longa e paciente factura que mais os elabora, re-elabora, tornando-os pouco a pouco seus e nossos, através do seu sábio e sempre inocente olhar.
Já se vê que o crocodilo é um poderoso símbolo erótico. E que, como a todo símbolo, o melhor é não o afectar a uma única coisa, já que de muitas fala, e ao mesmo tempo. E já se vê que ele caminha veloz nestas pinturas, onde também a cor transporta a alegria das descobertas mais vastas do espaço e do tempo. Mas, humaníssimo, e não só por ser portador desses impulsos vitais, também ele o temível crocodilo é retrato e auto-retrato, mágico instrumento de uma soberana re-interpretação do mundo, deste e do outro, mensageiro subtil que se desloca entre os dois.
Os crocodilos de João de Azevedo, as suas ninfas, as suas cores quase puras, são outros tantos sinais cantantes de haver sempre mais mundos e contadores de histórias desses mundos, hoje como antes, há muito tempo atrás na peregrinação do outro. Porque perpétuo é o homem no seu sonho como na sua imperfeição.
São artes destas que tornam o mundo maior. E que no-lo trazem, paradoxalmente, até junto à porta.
Obrigado João.
Bernardo Pinto de Almeida
Janeiro 2011
Esta manhã encontrei umas cartas, religiosamente bem guardadas, do meu amigo João de Azevedo. Tinham sido enviadas de Roma, onde vivia nos anos 70. E, ao lê-las, senti-me, se não culpado, pelo menos irritado comigo mesmo. É que, no alegre caos em que nos deixávamos perder, não fui capaz de ver o seu desejo mais pungente. E, no entanto, quantas vezes nestas cartas não era exactamente essa a questão! Pintar, desenhar, era o que o fazia feliz. Mas nunca afirma poder dedicar-se exclusivamente a isso. Os ideais políticos da nossa juventude não o permitiam. No entanto o caminho estava aberto: galeristas e coleccionadores interessavam-se pelo seu trabalho, interesse que o João só tinha então em conta do ponto de vista da subsistência.
Exaspera-me tentar hoje conquistar tudo o que foi então adiado. Na verdade o conflito começa na adolescência. João quer entrar na faculdade de Belas-Artes de Lisboa contra a vontade do pai que prefere vê-lo a estudar engenharia naval. Não seguirá nenhum dos caminhos. Depois de um ano na Faculdade de Direito, foge aos dezoito anos da ditadura salazarista, pedindo asilo político na Bélgica onde começa uma nova história. A sua existência torna-se rica, generosa e inventiva. E chega agora a hora de, sem reservas, desfrutar dos pincéis desfrutando do seu talento em plenitude.
Foi ele mesmo quem compreendeu que essa hora chegara, e fico contente por isso. A reviravolta deu-se em Timor, onde passou dois anos de 2005 a 2007. Nesta ilha de forma estranhamente parecida com a de um crocodilo, apaixonou-se pelas lendas locais e pela relação intensa que os Timorenses mantêm com a figura do crocodilo. Resultou daí uma série de pinturas de cores explosivas onde o homem e o sáurio se cruzam como se fossem um centauro invertido.
Assim como em Picasso com o encontro do homem com o touro – pensando em particular nos quadros que dizem respeito ao Minotauro – o encontro do homem com o crocodilo de João de Azevedo tem uma natureza fortemente erótica. Inquietante, também: haverá figura mais evocativa da castração que o crocodilo? Perguntem ao capitão Hook que pensa ele disto.
Mas para os falantes a castração está no coração da economia do desejo. No seu seminário “A relação do objecto”, Jacques Lacan evoca o crocodilo para ilustrar a alegria maternal devoradora, e do falo faz um bastão que se posiciona entre os dois maxilares não deixando que se fechem. Não sei o que os timorenses pensariam desta analogia!
Em Moçambique onde o João trabalhou onze anos, um pintor conhecido tem o nome de Malangatana Ngwenya, que significa Malangatana Crocodilo. Em Timor, ele torna-se João Crocodilo!
Yves Depelsenaire, psicanalista da École de la Cause Freudienne (ECF), crítico de arte e autor de “Le Musée Imaginaire Lacanien”, (Lettre Volée, Bruxelas, 2009
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CV João de Azevedo
Nome: DE AZEVEDO, João Manuel Silva Mendonça
Data e lugar de nascimento: 2 Fevereiro 1950, Figueira da Foz, Portugal
- Iniciei a expor na Figueira da Foz, em 1964 – 1965, no Casino e numa Galeria local.
- Fui seleccionado no âmbito do concurso Prémios Estímulo, da Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa (presente na exposição relativa da SNBA, Outubro 1965.
- Fui colaborador do suplemento Juvenil do Diário de Lisboa. Ganhei, então, dois prémios do concurso Fósforo Ferrero (poesia, e artes plásticas, em Maio 1967). Fui fundador do suplemento Juvenil “Onda”, do Jornal semanário Mar Alto, da Figueira da Foz, e colaborei regularmente, nesses anos, essencialmente com poesia, em suplementos juvenis e literários nacionais e em antologias de estudantes (associações, etc).
- Frequentei o 1º ano da Faculdade de Direito de Lisboa (1967-68) e parti para Bruxelas em Setembro de 1968, onde estudei (1968-1972) no então Institut National des Arts et du Spectacle (Teatro e Comunicação)
- Em seguida, residi em Roma, Itália, até 1975, onde exerci permanentemente a actividade de pintor. Em Itália participei em várias exposições colectivas e realizei duas exposições individuais.
- Destas últimas destaco (porque possuo documentação suficiente) a exposição realizada no Centro Culturale per l’Informazione Visiva (Fevereiro–Março 1975), apresentado por Sandra Giannatasio.
- Dário Micacchi, crítico entre os mais respeitados na época, escrevia no quotidiano L’Unitá, a propósito dessa exposição[1]:
“ Il portoghese João de Azevedo è nato nel 1950 a Figueira da Foz, e vive da alcuni anni in Itália dove há trovato, in relazione alla sinistra artística italiana, quelle condizioni per cercare ed esprimersi che in terra sua gli erano negate, come a tanti altri giovani latino-americani, spagnoli, greci, turchi, nord-mericani anche.
Ora che così straordinari rivolgimenti sono avviati in Portogallo, questo giovane dimostra di avere fatto la sua parte, almeno per quel che un pittore può. Non conosco la situazione attuale dell’arte portoghese per illustrare nel modo giusto la sua ricerca. La sua cultura sembra complessa, fatta di caratteri nazionali fusi con certi caratteri del fantastico profondo di un Klee, del brutalismo di un Dubuffet, della violenza del momento dada di Dix e Grosz; ma questi caratteri colti si direbbero riportati al dolore e all’animismo delle maschere nere angolane o della pittura del volto e del corpo.
Due motivi figurati in tempere e in pitture con intaglio su tavola: l’uomo strozzato dalla garrotta, una figura alata, tra demonio e angelo, che viene in primo piano da profondità abissali. La tecnica combina colore, incisione del legno, acidatura a mordere, e rende assai bene la sofferenza e la violenza sia dell’uomo torturato sia della nascita di un possibile angelo, uomo alato, dall’orrendo e dal demoniaco. La crudele deformazione dell’anatomia è straziante ma sembra che la bestialità generi il suo contrario. Indementicabile il demonio-angelo nei cui occhi nascono due pupille a falce e martello”.
- De regresso a Portugal no verão de 1975 participei, até Outubro de 1976, como animador cultural em apoio às lutas de camponeses sem terra e em apoio a embriões de cooperativas agrícolas.
- Nesse verão realizei também a capa para o disco “Com as minhas Tamanquinhas” de José Afonso:
- Ainda em Portugal, entre Outubro de 1976 e Fevereiro de 1977, realizei a cenografia e figurinos do espectáculo “Treino do campeão antes da corrida”, no Teatro da Cornucópia, com encenação de José Osório Mateus.
- Parti para Moçambique em Fevereiro de 1977, para trabalhar como assistente da Universidade Eduardo Mondlane (1977-1981), ali exercendo o cargo de director-adjunto do Centro de Estudos de Comunicação. Ainda em Moçambique, para o Ministério da Agricultura, trabalhei num projecto de desenvolvimento cooperativo (1981 – 1984) e com responsabilidades pedagógicas num centro de Formação Agrária e de Desenvolvimento Rural (1984-1988).
- Regressei a Itália em 1988, onde permaneci até 1992, como consultor da Liga Nacional das Cooperativas e Mutualidades italiana (LNCM), assim como da FAO, FIDA e outras instituições internacionais. Com essas instituições internacionais trabalhei em múltiplos países africanos e na Palestina.
- Nomeadamente, entre 1992 e 1999, fui Chefe de um projecto da OIT (Organização Internacional do Trabalho), no Níger, centrado sobre a participação das empresas cooperativas na segurança alimentar e no desenvolvimento local, e conselheiro do Coordenador do Programa Nacional de Luta contra a Pobreza desse país, entre 1999 e 2001, para o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
- Regressei a Portugal em 2001, trabalhando até hoje como consultor internacional, nomeadamente para a Comissão Europeia e principalmente como perito de avaliação.
- Exerci, também, em Portugal, entre 2002 e 2005, responsabilidades de acompanhamento e avaliação num projecto de desenvolvimento social, no quadro do programa europeu EQUAL, em favor dos cidadãos/cidadãs mais excluídos e desfavorecidos, em Setúbal e Palmela.
- Residi, mais recentemente, dois anos em Timor-leste (Fevereiro 2005 – Dezembro 2006), por motivos familiares.
- Recomecei a pintar em 2004, tendo episodicamente produzido 7 quadros para o restaurante Sulitânia, no Vimieiro.
- Mas foi em Timor-Leste que trabalhei mais intensivamente. De facto, em 2005-2006, excluindo duas missões em Angola e duas em Cabo Verde, concentrei-me decisivamente na pintura, tendo produzido cerca de 50 peças[2].
[1] L’Unità, edição de 4 de Março 1975, pág. 9.
[2] Sobre a minha motivação para este “regresso” à pintura, ver o anexo “Alguma apresentação, dos crocos e minha”.
torso stonewasre
Nasci em Maputo em 1953.
Depois da independência de Nacional trabalhei cerca de 10 anos no Norte do País, sobretudo em Nampula e Cabo Delgado, ligado ao desenvolvimento rural.
Trabalhei mais de 15 anos com diversas instituições Moçambicanas, ligado às àreas de pesquisa social e de mercado.
Sem qualquer treino formal prévio, inicio-me nas artes cerâmicas em 2002 no Brasil, com a mestre ceramista Cecy Sato.
Em 2005 vou para Londres onde estudo no City & Islington College sob a tutela da prestigiada ceramista Daphne Carnegy.
Actualmente vivo em Londres e trabalho como técnico no Departamento de Cerâmica do City and Islington College.
Exposições
Café com Letras – Brazilia, 2003
City and Islington College – Londres, colectiva dos estudantes de cerâmica, 2006, 2007, 2008
Embaixada do Brazil, Londres – exposição comemorativa do 10º aniversário da CPLP, 2006
Art @ 42 Gallery, Notting Hill Gate, Londres, 2007 (individual)
The Gallery, Stoke Newington, London –Islington Art Society Autumn Exhibition, 2007; Spring and Autumn Exhibitions, 2008, Autumn Exhibition 2010
Galeria do Instituto Camões – CCP, Maputo Mozambique, Dezembro 2008 (individual)
Royal Geographical Society - Mozambique Contemporary View by 8 Leading Artists, 1-5 Junho 2009
53 Works of Art at Mio Dino – colectiva de artistas africanos, Outubro 2009
The Spence Café – Londres, Abril 2010 (individual)
No âmbito desta exposição, realizar-se-à uma Palestra proferida pelo Dr José-Augusto França sobre " Monte Oliveti, a minha aldeia",no dia 12 de Fevereiro às 18h30
Paula Cabral - Art Gallery / Café dos ArtistasRua do Século, 1711200 - 434 Lisboa
Tel./Fax: 21 3426014Móvel: 91 236 6519
www.paulacabral-artgallery.com (em construção)
(Junto à Praça de Taxis do Jardim do Príncipe Real)
HORÁRIO: Terça a Sábado das 12h00 às 20h00
paula.cabral.artgallery@gmail.com
Querido João Donato,
ResponderEliminarNão posso deixar de registar um pensamento, depois do infortúnio que te (nos) aconteceu.
Foi com um enorme desgosto que tomei conhecimento do acidente de viação que vitimou o condutor do camião que tranportava, entre outras caixas, as tuas, nossas, com o melhor do melhor que aí tinhas em Londres, para nos mostrar nesta exposição que inaugura no próximo dia 3 de Fevereiro. Camião, motorista, caixotes, caixas, paletes, tudo ardeu numa pira Dantesca. Uma tragédia. Imagino que para um Artista, este tipo de perda possa até ser comparada a um filho. Mas, não nos confundámos. Na realidade o que perdeste, (perdemos), não é comparável com o que perdeu a família do malogrado motorista. A tua,(nossa) vantagem é que, está nas tuas mãos, continuar o teu percurso, criando, inventando, agora com lágrimas, outras figuras, outras cristalizações poéticas, outros filhos do teu talento.
Não sei como vou representar as peças perdidas que, com sacrifício e alegria, nos enviáste para esta exposição.
O livre arbítreo,as leis da natureza, o destino...tudo parece provocar-nos, alertar-nos, espicaçar-nos, revoltar-nos...
Acho que o motorista, cujo nome ainda não sei, mas que decerto seria uma excelente pessoa, pede-te agora que te reinventes.Que nasça das cinzas o melhor do teu trabalho, o melhor de ti, porque nada é em vão.
Nós ficaremos por cá à espera.
Um abraço,
Ana Paula Santos Cabral
FOI UMA GRANDE PERDA,uma tragédia pessoal.
ResponderEliminarSinto um vazio como se as peças do João Donato pertencessem ao meu sacrário de Amor.
Fiquei com elas num vazio do coração como se me tivessem arrancado alguma coisa.
Estranha sensação esta!
Um Abraço.
Maria João Franco