sábado, 8 de janeiro de 2011

Lançamento do livro RUAS ERMAS e exposição de fotografia de José Morais Arnaud

José Arnaud






Lançamento do Livro "Ruas Ermas" de Eduardo Pinheiro, Pedro Ferreira, Rosário Salema Garção, com Fotografias de José Morais Arnaud

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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS DE JOSÉ MORAIS ARNAUD

Embora tenha nascido e vivido a maior parte da sua vida em Lisboa, é em Évora que se encontram as suas raízes mais profundas. Foi em Évora que nasceram e cresceram sua Mãe e seu Avô materno, a cuja memória dedica esta pequena exposição. Foi também na região de Évora que iniciou as suas pesquisas arqueológicas, já lá vão quase quatro décadas.

Licenciado em História pela Universidade de Lisboa, especializou-se em Arqueologia na Universidade de Cambridge. Foi docente universitário, técnico superior do Instituto Português do Património Cultural (IPPC), fundador do Instituto Português de Arqueologia (IPA) e assessor da direcção do Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico (IPPAR) e do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), dedicando-se desde 2008 à consultoria arqueológica e patrimonial. É ainda Presidente da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses e Director do Museu Arqueológico do Carmo desde 1995, tendo coordenado a sua completa remodelação, no ano 2000, e a edição do catálogo integral das colecções, em 2005.

Como arqueólogo, a fotografia documental foi desde muito cedo um instrumento de trabalho quotidiano, tendo inúmeras fotografias de sua autoria na meia centena de trabalhos que publicou. Por isso aceitou o desafio que lhe foi lançado de documentar uma outra Évora, mais singela, familiar ao habitante, mas cuja beleza subtil escapa ao turista mais apressado.

Além de meia centena de igrejas e capelas, e de monumentos notáveis como o templo romano, a catedral ou a capela dos ossos, locais de visita obrigatória para os turistas, existe uma outra Évora, em cujas ruas, travessas e becos se encontram lado a lado majestosos edifícios de caracter senhorial e singelas habitações térreas, notáveis exemplares da arquitectura vernácula, com as suas grandes chaminés, telhados em telha de canudo, e cuja idade se poderia calcular, como a das árvores, pelas sucessivas camadas anuais de cal, que dão a esta cidade uma luminosidade e um carácter muito particular.

Numa altura em há quem pretenda pintá-las com tinta de óleo, porque seria mais durável e económico, e em substituir as suas graníticas calçadas por marmóreos pavimentos, porque seria mais confortável, importa impedir a todo o custo a sua descaracterização, chamando a atenção para a sua singela beleza.

Importa ainda lembrar que a Évora de paredes imaculadamente brancas, com barras de um monótono amarelo regulamentar, é um artefacto relativamente recente, que esconde uma arquitectura oitocentista profusamente decorada com frisos de motivos geométricos, pintados a ocre amarelo, cinzento ou azul escuro, elaborados florões em estuque, e mesmo com vastas superfícies com padrões coloridos, como na Rua de Avis, que importa também recuperar, preservar e valorizar, para que Évora possa continuar a ocupar um lugar único entre as cidades portuguesas, e a merecer a sua classificação pela UNESCO como Património da Humanidade.











Na ocasião, ouvimos poesia de Florbela Espanca

declamada por ISABEL WOLMAR.




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